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26 de março de 2021

Ser mulher e líder na Indústria. Por Thalita Galdeano.

Minha carreira como engenheira começou lá atrás, quando estava com a ficha do vestibular nas mãos e me deparei com a tão famosa dúvida: o que eu realmente quero ser?
Sempre pude ser quem eu quis por ser privilegiada. Mas sei que essa não é a realidade de todas as mulheres.

Hoje, com muita luta, vemos cada vez mais mulheres atuando e liderando nas mais diversas áreas. Por isso, me sinto privilegiada por ter tido muita influência e apoio familiar nessa decisão. Com pai, irmão e tio engenheiros, além dos meus avós, que trabalharam a vida toda na indústria automotiva, eu já vivia nesse mundo desde os 11 anos de idade. Quem me vê hoje, não imagina que nessa época eu pensava: “Será que é engenharia? Mas eu não quero mexer com graxa”.

Quem me viu, quem me vê. Comecei a cursar engenharia na Mauá e logo me apaixonei pela área de produção. Desenvolver soluções para melhorar os processos do dia a dia é minha praia! Logo no primeiro ano de faculdade entrei para a equipe de Baja @MauáRacing. Lá eu era a única mulher da equipe mas nunca senti nenhum tipo de desrespeito, mesmo em um ambiente predominantemente masculino.

Até que, pouco tempo depois, resolvi me inscrever para uma vaga de estágio em uma montadora, para trabalhar em um centro de crash test. Após algumas entrevistas, me lembro da frase final do meu entrevistador como se fosse hoje: “ Olha Thalita, estamos entre você e outro rapaz. Gostamos muito de você, mas estamos receosos com sua contratação, pois você seria a única mulher de todo departamento.”
Como esperado, depois de alguns dias veio a resposta: não fui contratada simplesmente por ser a única mulher que trabalharia em meio a tantos homens. Ou seja, isso seria, de alguma forma, um problema para eles.

Não é novidade pra ninguém que o segmento sempre foi dominado por homens e que a divergência salarial, assim como o posicionamento da mulher nesse mercado é uma batalha quem vem sendo superada por mulheres que saíram de sua zona de conforto e mostram que – acima do gênero – somos seres humanos com a mesma capacidade de conquistar o que desejamos. Tenho consciência de que, para a maioria das mulheres, o caminho é muito mais difícil e que sou privilegiada por sempre ter tido pessoas conscientes
que seguem me incentivando.

Quando comecei a trabalhar na Portofix, por ser uma empresa da minha família, batalhava por outro tipo de posicionamento: mostrar que era capaz e que não estava lá apenas por ser “a filha do dono”. Sinceramente, nunca tive muito problema com isso. Como já disse antes, sinto que sou privilegiada por ter tido pessoas maravilhosas que só me fizeram crescer ao longo desses 9 anos em que atuo na indústria metalúrgica.
Não me sinto ainda uma grande líder, mas sei onde quero chegar e busco me desenvolver a cada dia, como mulher e como profissional.

No fim das contas, acredito que liderar é – acima de tudo – estar junto, entender a dificuldade da situação e das pessoas, buscar soluções, aprender com cada um e melhorar sempre! Para me posicionar como líder, sendo mulher, jovem e trabalhando em uma empresa familiar, sempre mantive minha relação com colaboradores, clientes e fornecedores de forma extremamente transparente e honesta. Nunca senti preconceitos, mesmo porque nunca pensei que fazia parte disso. Eu nunca me senti diferente de ninguém. Sempre busquei me desenvolver, aprender com os erros e ajudar no que fosse possível. Mais uma vez: sabemos que a desigualdade existe e que sou privilegiada por ter uma equipe que acredita no nosso ideal, que confia que para crescermos, precisamos nos desenvolver e para isso,
precisamos de pessoas.

Para as mulheres que atuam ou que pensam em desenvolver suas carreiras na indústria, poderia dizer que as oportunidades são infinitas, o mercado é amplo e está em constante desenvolvimento, precisando de pessoas que mostrem que a liderança está acima de um cargo estampado no crachá. E essa liderança só acontece
quando se tem admiração e respeito.

Cada vez mais os homens estão sendo cobrados a mudarem seus comportamentos e adotarem mais características que são atribuídas às mulheres. Em um cenário ainda conservador, as mulheres ocupam hoje cerca 35% dos cargos de diretoria no Brasil. Infelizmente ainda vejo essa igualdade distante de acontecer. Por isso, a gente precisa seguir lutando para conquistar não apenas cargos de destaque, mas tudo o que quisermos alcançar. Digo isso não só inovando em criatividade, planejamento e determinação para conciliar a carreira com a vida familiar. Cuidar dos filhos, sempre foi uma tarefa feminina, mas com o nosso tempo dedicado ao trabalho,
cuidar da casa e da família é só mais uma tarefa difícil.

Tem gente que fala que nós conseguimos fazer tudo isso porque, diferentemente dos homens, as mulheres são multitarefas. Mas NÃO, SENHORES! Há estudos que mostram que as mulheres não são melhores em multitarefas, elas só trabalham mais. Essa “vantagem biológica” é um dos exemplos de mitos que alimentam a nossa sociedade
e sustentam a desigualdade.

Pessoalmente, na nossa empresa, não sinto nada disso, pois essas dificuldades fazem eu me desenvolver e querer ser cada vez melhor. Mas sabemos que a luta está aí e ainda há muito a ser conquistado para que todas as mulheres tenham o privilégio e as oportunidades que eu pude ter, mesmo sendo mulher em um segmento predominado pelos homens.

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